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08 de julho, 2022
LEITURA DE 7MIN
O que é o Sistema Interligado Nacional (SIN)?
Entenda como funciona o sistema de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil e como estão suas condições de abastecimento
Garantir a geração e distribuição de energia para um país com grande extensão territorial como o Brasil exige um sistema eficiente e integrado. Esse sistema é conhecido como Sistema Interligado Nacional (SIN), uma estrutura essencial para conectar diferentes regiões de maneira segura e eficaz.
Criado em 1998, o SIN foi um marco para o setor elétrico brasileiro, ao lado do Mercado Livre de Energia. Sua implementação trouxe uma nova dinâmica ao mercado, permitindo que a energia fosse gerada e distribuída com maior integração entre as regiões.
Continue a leitura para entender o que é o Sistema Interligado Nacional e como estão as condições de abastecimento de eletricidade.
O que é Sistema Interligado Nacional (SIN)?
O Sistema Interligado Nacional (SIN) é a malha de produção e transmissão de energia elétrica que cobre as regiões Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e grande parte da região Norte do Brasil. Esse sistema permite a transferência de energia entre subsistemas, maximizando eficiência e segurança no abastecimento elétrico.
O sistema, de diferentes proprietários, é de grande porte, com predominância de usinas hidrelétricas e constituído por quatro subsistemas: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e a maior parte da região Norte, que permitem o atendimento ao mercado com segurança, economicidade e eficiência.
Resumindo, ele é o conjunto de equipamentos e instalações conectados eletricamente para possibilitar o suprimento de energia do país e foi criado a partir da resolução 351/98 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 1998.
Essa resolução permitiu que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) pudesse coordenar e controlar, de forma centralizada, a geração e transmissão desses sistemas interligados.
Fazem parte dessa interconexão dos sistemas elétricos não somente a geração hidrelétrica, mas também outras fontes, como eólica, solar e térmica. Dessa forma, todas as empresas que produzem e transmitem energia dentro deste modelo fazem parte do SIN.
Segundo o ONS, atualmente o SIN tem uma capacidade instalada de mais de 170 mil megawatts e extensão de rede de transmissão que ultrapassa os 145 mil quilômetros.
Como funciona o Sistema Interligado Nacional (SIN)?
O funcionamento do SIN baseia-se na integração de energia gerada pelos subsistemas interligados (Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte). Essa energia é redistribuída de forma equilibrada para atender à demanda de todo o país.
A maior parte da energia do SIN, cerca de 60%, é gerada por usinas hidrelétricas localizadas em 16 bacias hidrográficas. Essas usinas trabalham de maneira integrada para fornecer eletricidade a residências e indústrias em todo o território nacional.
Todas as operações do SIN são controladas pelo ONS e fiscalizadas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). O ONS monitora o consumo, planeja a geração e propõe melhorias na infraestrutura para garantir a segurança operacional e evitar interrupções no abastecimento.
Benefícios do SIN para o abastecimento elétrico
O SIN traz diversos benefícios para o sistema elétrico brasileiro, incluindo:
Maior segurança no abastecimento: A interligação entre regiões permite o redirecionamento de energia em casos de falhas ou crises localizadas.
Diversificação de fontes: O SIN integra diferentes fontes de energia, como hidrelétrica, eólica, solar e térmica, promovendo uma matriz elétrica mais resiliente.
Eficiência operacional: A utilização de uma rede interligada possibilita o aproveitamento máximo dos recursos energéticos de cada região.
Sistema Interligado Nacional e o Mercado Livre de Energia
A criação do SIN em 1998 foi acompanhada do lançamento do Mercado Livre de Energia. O objetivo era que o ambiente de contratação livre permitisse que os consumidores negociassem preços, prazo, volume e forma de pagamento diretamente com uma fornecedora de sua escolha, trazendo um ambiente de negócios propício para novos investimentos, de modo a permitir a ampliação e diversificação do sistema.
Hoje, o Mercado Livre de Energia, que faz parte do SIN, tem se popularizado como o futuro do mercado elétrico brasileiro, alcançando a marca de 60.767 unidades consumidoras em 2024, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel).
Essa é a melhor opção para quem quer ter liberdade de escolha, se livrar das tarifas do mercado regulado, obter maior previsibilidade orçamentária e economizar, afinal, os preços no Mercado Livre de Energia são mais competitivos.
Atualmente, qualquer consumidor com demanda contratada superior a 500 kW pode negociar energia pelo ambiente de contratação livre. Clique aqui e saiba mais.
Condições de abastecimento do Sistema Interligado Nacional (SIN) em 2022
Após a crise hídrica enfrentada pelo país em 2021, o abastecimento nas hidrelétricas do SIN finalmente vê um futuro promissor com suprimento garantido, no mínimo, até novembro de 2022.
Isso é o que foi constatado pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) no dia 1 de junho, devido à continuidade das chuvas na região Sul, que possibilitou maior afluência nas usinas hidrelétricas, capaz de suprir todo o Sistema Interligado Nacional.
Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), ao final do mês de julho de 2022, está previsto que o nível dos reservatórios por subsistema (energia armazenada) esteja em 62,1% na região Sudeste e Centro-Oeste, 86,6% na região Sul, 80,9% na região Nordeste e 96,8% na região Norte.
No total, a porcentagem fecharia em 68,9% em todo o SIN.
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