A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulgou um dado expressivo: o Brasil registrou 20.973 migrações para o mercado livre de energia entre janeiro e outubro de 2024. Esse número é quase três vezes maior do que o registrado no mesmo período de 2023, consolidando um marco na democratização do setor energético brasileiro.

Democratização e vantagens econômicas

Mais de 77% das empresas que migraram para o mercado livre em 2024 são pequenas e médias, como padarias, supermercados, farmácias e escritórios. Essa mudança reflete a ampliação do acesso ao modelo de contratação, que permite negociar preços diretamente com fornecedores de energia. Com isso, empresas podem reduzir seus custos em até 35%, aumentando sua competitividade e contribuindo para o fortalecimento do mercado nacional.

Segundo a CCEE, a abertura do mercado livre, implementada em janeiro de 2024, foi um divisor de águas. Antes dessa mudança, apenas grandes indústrias com consumo acima de 500 kW podiam comprar energia de qualquer fornecedor — uma prática permitida desde 1996. Agora, empresas de menor porte também podem aproveitar os benefícios desse modelo, diversificando suas opções e reduzindo a dependência das distribuidoras locais.

Setores e estados em destaque

Entre os setores econômicos, o de serviços lidera as migrações com 5.596 empresas. Em seguida, aparecem comércio (5.058), manufatura (2.431) e alimentos (2.369). Esses números destacam como diversos segmentos estão se beneficiando da liberdade de escolha no fornecimento de energia.

São Paulo lidera o ranking estadual com 6.847 migrações, representando mais de 32% do total nacional. O Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul aparecem em segundo lugar, empatados com 2.131 migrações cada. É importante ressaltar que todos os estados brasileiros reportaram aumento no número de consumidores no mercado livre, mostrando o alcance dessa mudança em âmbito nacional.

Impacto econômico e sustentável

Além da economia financeira, a expansão do mercado livre de energia pode trazer benefícios sustentáveis. Empresas que migram para esse modelo têm maior flexibilidade para optar por fornecedores de energia renovável, alinhando-se às tendências globais de descarbonização.

Os dados apresentados pela CCEE apontam para um futuro promissor, onde a competitividade empresarial, a sustentabilidade e a democratização energética caminham juntas.

Com a ampliação do mercado livre, a expectativa é que mais empresas explorem esse modelo em busca de redução de custos e maior eficiência energética. Isso não apenas fortalece os negócios, mas também contribui para a economia nacional.


Fonte: Poder360