O aguardado Projeto de Lei que pretende abrir totalmente o mercado livre de energia no Brasil, o que inclui consumidores conectados em baixa tensão na sua distribuidora, poderá ser encaminhado ao Congresso a partir de fevereiro de 2025. A estimativa é da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), que considera o momento político mais adequado após a posse dos novos presidentes da Câmara e do Senado.

A estratégia

Segundo Rodrigo Ferreira, presidente executivo da Abraceel, o texto do PL já está finalizado. Trata-se de um documento enxuto, que será essencial para destravar a transição do mercado regulado para o mercado livre, permitindo que mais consumidores tenham liberdade na escolha de fornecedores de energia.

“O governo tem dito que vai abrir. O texto está pronto, está escrito. Ele é enxuto e deverá ser

encaminhado ao Congresso a partir de fevereiro, quando assumirem as novas lideranças, isso faz

mais sentido porque os atuais líderes têm as suas pautas de final de mandato. Agora não é o

momento político”, explicou Ferreira durante o Encontro Anual do Mercado Livre (EAML) 2024

Desafios da abertura escalonada

Um dos principais pontos de discussão do PL é o escalonamento da abertura do mercado. Gustavo Gonçalves Manfrim, Subsecretário de Assuntos Econômicos e Regulatórios do Ministério de Minas e Energia (MME), destacou a importância de um processo gradual para evitar impactos negativos, como custos desproporcionais para consumidores do mercado regulado.

Manfrim reforçou que o modelo deve garantir uma divisão justa de custos entre os participantes do mercado regulado (ACR) e do mercado livre (ACL), além de abordar questões como subsídios e sobrecontratação.

O futuro do mercado livre

A Abraceel, junto a outras associações do setor, dedicou 10 meses para elaborar uma proposta detalhada com 37 páginas. A sugestão inclui divisões claras entre o que deve ser tratado por meio de lei, portarias ou outros mecanismos regulatórios.

A expectativa é que o escalonamento permita que a transição seja feita de forma saudável e sustentável, ampliando o acesso ao mercado livre de energia para milhões de pequenos consumidores comerciais e industriais do Grupo B, que hoje representam uma parcela significativa do varejo brasileiro.

Com o avanço do PL, o mercado livre de energia terá um papel ainda mais relevante no fortalecimento da economia nacional, promovendo competitividade, sustentabilidade e liberdade de escolha.

Fonte: Canal Energia