O mercado livre de energia continua sendo uma oportunidade estratégica para consumidores do subgrupo A4, que representam uma fatia significativa do mercado de alta e média tensão. Segundo Helder Sousa, diretor de Regulação da TR Soluções, o breakeven estimado para esses consumidores em 2025 é de R$ 265/MWh. Esse é o ponto em que a migração para o Ambiente de Contratação Livre (ACL) se torna financeiramente vantajosa para unidades conectadas a redes de 13,8 mil volts.

Por que o subgrupo A4 se destaca?

O subgrupo A4, formado por consumidores de média tensão que compram energia convencional, encontra no valor de R$ 265/MWh o equilíbrio econômico que define a viabilidade da migração. Para aqueles que utilizam energia de fonte incentivada, o valor pode ser ainda maior, chegando a R$ 350/MWh.

Esses valores refletem o perfil de consumo e a possibilidade de ajustar operações para períodos de menor demanda elétrica, ampliando os benefícios do mercado livre. Por exemplo, empresas que conseguem interromper o consumo durante três horas em dias úteis podem viabilizar a mudança a partir de uma tarifa de R$ 239/MWh.

O papel das distribuidoras

O papel das distribuidoras

Outro fator importante para a análise de migração é a densidade de clientes das distribuidoras. Concessionárias com menor concentração de unidades consumidoras tendem a apresentar custos mais elevados no mercado cativo, aumentando a atratividade do mercado livre.

Por outro lado, distribuidoras com maior densidade diluem os custos operacionais entre mais clientes, tornando o mercado cativo competitivo para algumas situações específicas.

Economia média no ACL

Estudos da TR Soluções apontam que a economia média ao migrar para o mercado livre é de 24%. Esse número considera todos os custos assumidos pelos consumidores no ACL, incluindo a Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD), encargos setoriais e o preço da energia negociada com as comercializadoras.

Encargos

Para os consumidores e comercializadoras, um ponto de atenção são os encargos setoriais, que variam mês a mês no ACL: Serviços do Sistema (ESS), relacionados ao acionamento de termelétricas, Energia de Reserva (EER), destinados à contratação de energia adicional e ERCAP, novo encargo para energia de reserva em forma de potência, implementado em novembro de 2023.

Esses custos exigem um planejamento financeiro detalhado para garantir a previsibilidade e o aproveitamento das vantagens do mercado livre.

A migração para o mercado livre é especialmente atrativa para o subgrupo A4, desde que os consumidores avaliem cuidadosamente seus custos, perfis de consumo e possibilidades de economia. O breakeven de R$ 265/MWh serve como um ponto de partida essencial para essa análise, ajudando empresas a tomarem decisões informadas sobre sua estratégia energética.

Fonte: Brasil Energia