O mercado de energia elétrica no Brasil está passando por uma transformação notável, impulsionada pelo crescimento do mercado livre. Com 39% do consumo de energia elétrica já atendido por esse mercado, e a possibilidade de esse número chegar a 46% com a abertura do mercado de alta tensão em 2024, o mercado livre está rapidamente se consolidando como o ambiente de contratação preferido para a expansão da oferta de energia no país.

Um novo estudo da Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia) revela dados impressionantes sobre essa mudança e seu impacto no setor elétrico brasileiro.

O crescimento do Mercado Livre de Energia

O mercado livre de energia tem ganhado força continuamente no Brasil. Atualmente, ele já responde por quase 40% do consumo de energia elétrica no país e está destinado a desempenhar um papel ainda maior. Com a abertura do mercado de alta tensão em 2024, a fatia desse mercado poderá chegar a 46%, demonstrando a crescente preferência das empresas por esse ambiente de contratação.

O estudo da Abraceel revela que uma parcela significativa dos novos investimentos em energia elétrica no Brasil está sendo direcionada para o mercado livre. Dos 129,5 GW de energia elétrica centralizada já outorgada e com previsão de operação entre 2023 e 2029, surpreendentes 92% estão sendo destinados a esse mercado. Isso representa um investimento estimado em mais de R$ 384 bilhões nesse período, de um total de R$ 424 bilhões previstos para o setor de geração de energia como um todo.

A evolução do mercado livre ao longo dos anos

A liderança do mercado livre na expansão da matriz de geração de energia elétrica brasileira tem crescido consideravelmente nos últimos anos. Em 2019, o ambiente de contratação livre era responsável por apenas 34% da expansão do parque gerador prevista para cinco anos. Em 2021 e 2022, essa parcela cresceu para 72% e 83%, respectivamente, e agora atinge impressionantes 92%.

Dados exclusivos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) demonstram o protagonismo das comercializadoras no processo de expansão do setor elétrico. Entre 2018 e 2022, 52% dos projetos de energia eólica e solar financiados pelo BNDES receberam suporte de comercializadoras. Isso confirma a importância desses agentes em um cenário onde a expansão ocorre independentemente de leilões regulados.

Fontes renováveis na dianteira

As fontes de energia solar e eólica continuam sendo as preferidas nos novos projetos de geração de energia elétrica brasileira. Dos 129,5 GW previstos para entrar em operação até 2029, 93% são provenientes de usinas solares e eólicas. Isso representa um crescimento de 11 pontos percentuais em relação ao ano anterior, destacando o compromisso do Brasil com fontes de energia renovável.

Para o presidente-executivo da Abraceel, Rodrigo Ferreira, o mercado livre de energia desempenha um papel fundamental na transição energética do Brasil. Embora o país esteja bem posicionado na descarbonização da geração elétrica, com mais de 90% da energia proveniente de fontes renováveis, desafios significativos permanecem na descentralização e digitalização do setor elétrico.

Fonte: Abraceel

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