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26 de março, 2025
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Medidas de segurança hídrica para enfrentar a estiagem de 2025
Nova agência reguladora de recursos hídricos divulga protocolo estratégico e investimentos para garantir o abastecimento de água em São Paulo
Com a previsão de uma estiagem difícil para 2025, a nova agência SP Águas, criada em setembro de 2024, está implementando um conjunto robusto de medidas de segurança hídrica para enfrentar este cenário de possível escassez
Essa iniciativa é a primeira do gênero desde que a agência passou a ter status de reguladora, e representa um esforço para garantir o abastecimento e mitigar os impactos de eventos extremos na região.
Pacote de ações e modernização do monitoramento
Para lidar com a crescente frequência de eventos extremos e a intensificação das estiagens, a SP Águas está elaborando seu primeiro pacote de ações focado na segurança hídrica. Entre as principais iniciativas, estão a revisão das normas relacionadas ao direito de uso dos recursos hídricos e o fortalecimento da fiscalização de barragens.
A agência está investindo em tecnologias avançadas para modernizar o monitoramento hidrológico do estado e criar uma "sala de situação", um centro de comando que reunirá dados em tempo real sobre chuvas, vazões dos rios, balanço hídrico e níveis dos principais reservatórios.
Em entrevista à Folha, a presidente da SP Águas, Camila Viana, ressaltou que os dados ainda estão sendo consolidados para determinar com precisão o impacto da estiagem. "Estamos acompanhando diariamente os níveis dos reservatórios e, embora os primeiros sinais indiquem uma estiagem difícil, especialmente a partir de maio e junho, estamos trabalhando intensamente para estabelecer protocolos que garantam a continuidade do abastecimento", afirmou Camila. Essa "sala de situação" será fundamental para que a agência possa tomar decisões rápidas e coordenadas em situações de emergência, minimizando riscos para a população e para a economia.
Investimentos e protocolos emergenciais
Reconhecendo a necessidade de fortalecer a segurança hídrica, a SP Águas anunciou investimentos significativos para enfrentar a estiagem de 2025. Segundo fontes da agência, R$ 8,6 milhões serão destinados à contratação de serviços de apoio e suporte à fiscalização, enquanto outros R$ 6,2 milhões serão investidos na modernização da sala de situação. Esses recursos visam otimizar a gestão dos recursos hídricos e assegurar que as medidas emergenciais sejam executadas de forma eficiente, permitindo uma rápida adaptação aos cenários críticos previstos para os próximos meses.
Camila Viana destacou que essas medidas fazem parte de uma estratégia contínua de aprimoramento. "Sabemos que o clima tem se mostrado mais volátil e que as estiagens severas se tornaram uma realidade. Portanto, nosso foco é desenvolver um protocolo de atuação que não só aborde as emergências, mas que também oriente a concessão de novas outorgas de captação, priorizando o abastecimento humano e a proteção dos ecossistemas," disse Viana.
Impactos da estiagem
A estiagem que se aproxima é especialmente preocupante para São Paulo, que já enfrentou crises hídricas significativas no passado, como a de 2014, que trouxe desafios enormes para o abastecimento e a saúde pública.
Em 2024, o estado sofreu com a pior seca registrada desde o início dos registros, com quedas drásticas nos níveis dos mananciais que abastecem tanto a capital quanto as áreas do interior.
Esses eventos ressaltam a importância de medidas proativas para garantir que, mesmo em períodos de baixa pluviometria, o abastecimento de água não seja comprometido.
Além da modernização do monitoramento e do fortalecimento da fiscalização de barragens, a SP Águas está desenvolvendo diretrizes para a gestão de crises. O protocolo de atuação, que deverá ser lançado em maio de 2025, contemplará critérios para a antecipação de cenários críticos e ações coordenadas entre os órgãos responsáveis. Essa abordagem visa minimizar os impactos sociais e econômicos das estiagens, orientando desde a concessão de novas outorgas até a priorização de uso de água para o consumo humano.
Outro aspecto relevante é o ajuste das políticas de uso dos recursos hídricos. Com a intensificação das estiagens, torna-se fundamental rever as normas que regulam o direito ao uso da água. A agência trabalha em conjunto com órgãos governamentais para garantir que essas regras sejam adaptadas à realidade climática.
Preparação para um futuro sustentável
Em suma, as medidas de segurança hídrica elaboradas pela SP Águas são essenciais para enfrentar os desafios impostos pela estiagem de 2025 em São Paulo. Investimentos em fiscalização, modernização do monitoramento e a criação de protocolos emergenciais demonstram o compromisso em garantir o abastecimento e a segurança dos recursos hídricos diante de um cenário climático cada vez mais volátil.
Essas iniciativas, aliadas à diversificação da matriz energética e à migração para o Mercado Livre de Energia, representam um caminho promissor para um futuro sustentável. Ao optar por fontes renováveis e adotar práticas de gestão eficientes, é possível reduzir os impactos ambientais e assegurar que, mesmo em períodos críticos, o sistema elétrico e o abastecimento de água permaneçam estáveis.
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Fonte: Valor Globo
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