Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (Abeeólica), o país atingiu 33,7 gigawatts (GW) de capacidade operacional.

Apesar do número expressivo, que consolida a importância da fonte para a matriz elétrica nacional, uma análise mais aprofundada dos dados revela que o ritmo de crescimento do setor deu sinais de desaceleração em comparação com anos anteriores.

Análise dos Números de 2024

Para entender o cenário atual do setor, é preciso ir além do número total e analisar os detalhes do crescimento registrado no último ano.

  • Capacidade Adicionada: Em 2024, foram adicionados 3,27 GW à matriz, provenientes da instalação de 76 novos parques eólicos.
  • Ritmo de Crescimento: Essa expansão, embora robusta, foi a menor registrada para o setor desde 2020, indicando um novo momento para a indústria eólica no país.
  • Liderança Regional: A expansão continua fortemente concentrada na Região Nordeste, com Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí recebendo o maior número de novos projetos.
  • Contribuição para a Geração: Em um dado que demonstra sua relevância, a fonte eólica, somada à solar, foi responsável por gerar 24% de toda a eletricidade consumida no Brasil em 2024.

Fatores da Expansão e Possíveis Sinais de Alerta

O crescimento da energia eólica no Brasil é impulsionado por uma combinação de fatores, como a alta competitividade de custos, a qualidade excepcional dos ventos no país e a crescente demanda do Mercado Livre de Energia por fontes limpas.

Contudo, a desaceleração no ritmo de instalação acende um sinal de alerta e pode estar associada a desafios estruturais que se tornam mais evidentes à medida que a fonte ganha escala, como a capacidade limitada das linhas de transmissão para escoar a energia gerada.

Desafios Estruturais e as Próximas Fronteiras do Setor

O futuro da expansão eólica no Brasil está intrinsecamente ligado à superação de alguns obstáculos críticos e à exploração de novas tecnologias.

  • Gargalo da Transmissão: O principal desafio para o crescimento é a infraestrutura de transmissão. Não basta gerar energia no Nordeste se não há linhas suficientes para transportá-la aos grandes centros de consumo no Sudeste e Sul.
  • Eólicas Offshore: A exploração de parques eólicos no mar (offshore) é vista como a próxima grande fronteira, com potencial para adicionar uma capacidade massiva à matriz energética, embora demande alta tecnologia e um novo arcabouço regulatório.
  • Hidrogênio Verde (H2V): A sinergia com a produção de H2V é outra via estratégica, utilizando a energia dos ventos para produzir um combustível limpo e com alto potencial de exportação.

Por que a Trajetória da Eólica é Estratégica?

Manter o ritmo de crescimento do setor eólico é estratégico para o Brasil por múltiplos motivos: garante segurança energética ao diversificar a matriz para além da hídrica; posiciona o país como líder na transição energética global, atraindo investimentos; e promove o desenvolvimento socioeconômico em regiões que historicamente receberam menos investimentos.

Acompanhe nosso blog para se manter atualizado sobre os dados e as tendências que definem o futuro da matriz energética brasileira.


Fonte: Valor 

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