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17 de junho, 2025
LEITURA DE 3MIN
Energia Eólica no Brasil: Capacidade Atinge 33,7 GW, Mas Ritmo de Expansão Apresenta Desaceleração
O Brasil reafirmou sua posição como uma potência global em energias renováveis ao encerrar 2024 com um novo marco na capacidade instalada de energia eólica.
Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (Abeeólica), o país atingiu 33,7 gigawatts (GW) de capacidade operacional.
Apesar do número expressivo, que consolida a importância da fonte para a matriz elétrica nacional, uma análise mais aprofundada dos dados revela que o ritmo de crescimento do setor deu sinais de desaceleração em comparação com anos anteriores.
Análise dos Números de 2024
Para entender o cenário atual do setor, é preciso ir além do número total e analisar os detalhes do crescimento registrado no último ano.
- Capacidade Adicionada: Em 2024, foram adicionados 3,27 GW à matriz, provenientes da instalação de 76 novos parques eólicos.
- Ritmo de Crescimento: Essa expansão, embora robusta, foi a menor registrada para o setor desde 2020, indicando um novo momento para a indústria eólica no país.
- Liderança Regional: A expansão continua fortemente concentrada na Região Nordeste, com Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí recebendo o maior número de novos projetos.
- Contribuição para a Geração: Em um dado que demonstra sua relevância, a fonte eólica, somada à solar, foi responsável por gerar 24% de toda a eletricidade consumida no Brasil em 2024.
Fatores da Expansão e Possíveis Sinais de Alerta
O crescimento da energia eólica no Brasil é impulsionado por uma combinação de fatores, como a alta competitividade de custos, a qualidade excepcional dos ventos no país e a crescente demanda do Mercado Livre de Energia por fontes limpas.
Contudo, a desaceleração no ritmo de instalação acende um sinal de alerta e pode estar associada a desafios estruturais que se tornam mais evidentes à medida que a fonte ganha escala, como a capacidade limitada das linhas de transmissão para escoar a energia gerada.
Desafios Estruturais e as Próximas Fronteiras do Setor
O futuro da expansão eólica no Brasil está intrinsecamente ligado à superação de alguns obstáculos críticos e à exploração de novas tecnologias.
- Gargalo da Transmissão: O principal desafio para o crescimento é a infraestrutura de transmissão. Não basta gerar energia no Nordeste se não há linhas suficientes para transportá-la aos grandes centros de consumo no Sudeste e Sul.
- Eólicas Offshore: A exploração de parques eólicos no mar (offshore) é vista como a próxima grande fronteira, com potencial para adicionar uma capacidade massiva à matriz energética, embora demande alta tecnologia e um novo arcabouço regulatório.
- Hidrogênio Verde (H2V): A sinergia com a produção de H2V é outra via estratégica, utilizando a energia dos ventos para produzir um combustível limpo e com alto potencial de exportação.
Por que a Trajetória da Eólica é Estratégica?
Manter o ritmo de crescimento do setor eólico é estratégico para o Brasil por múltiplos motivos: garante segurança energética ao diversificar a matriz para além da hídrica; posiciona o país como líder na transição energética global, atraindo investimentos; e promove o desenvolvimento socioeconômico em regiões que historicamente receberam menos investimentos.
Acompanhe nosso blog para se manter atualizado sobre os dados e as tendências que definem o futuro da matriz energética brasileira.
Fonte: Valor
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