Notícias do Setor
18 de fevereiro, 2025
LEITURA DE 4MIN
Desafios do setor elétrico: satisfação do consumidor e o futuro do mercado livre de energia
Nova regulamentação da Aneel aumenta a pressão sobre distribuidoras, enquanto migração para o mercado livre avança
Nos últimos 20 anos, praticamente nenhuma distribuidora de energia elétrica no Brasil atingiu os índices de satisfação do consumidor considerados ideais pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O Índice Aneel de Satisfação do Consumidor (IASC), cujo patamar ideal é de 70 pontos em uma escala de 100, foi alcançado apenas por quatro pequenas concessionárias que atendem um total de 0,3% dos consumidores brasileiros. Cerca de metade das distribuidoras operam abaixo do índice mínimo desejável de 60 pontos, evidenciando um desafio crítico na qualidade do serviço prestado.
Diante desse cenário, a Aneel está propondo mudanças na metodologia de revisão tarifária, aumentando o peso da satisfação do consumidor no cálculo. A segunda etapa da audiência pública sobre o tema foi aprovada e já está em andamento. Caso a proposta seja implementada, a remuneração das distribuidoras passará a levar em consideração fatores como volume de reclamações, atrasos em obras e eficiência na prestação de serviços.
Além disso, a Aneel recentemente negou um pedido da Serena para suspender cortes de geração em empreendimentos eólicos e solares, reforçando a rigidez da regulação sobre o setor.
Impactos no setor e a transição para o mercado livre
O setor de distribuição já enfrenta desafios estruturais significativos, incluindo a sobrecontratação de geração e dificuldades financeiras nas concessões, o que compromete a sustentabilidade econômica das distribuidoras. Além disso, a expansão da geração distribuída – modelo no qual consumidores produzem a própria energia, mas ainda dependem da rede de distribuição – também pressiona as concessionárias, exigindo novas estratégias de equilíbrio financeiro.
Outro fator de pressão é a necessidade de adaptação das redes elétricas às mudanças climáticas. Eventos extremos, como as enchentes no Rio Grande do Sul e em São Paulo em 2024, evidenciam a urgência de investimentos em infraestrutura resiliente para evitar quedas de energia e garantir a continuidade do serviço.
Paralelamente, cresce a migração de consumidores para o mercado livre de energia. Um dos destaques recentes foi a decisão do governo do Ceará de transferir 144 órgãos públicos para o ambiente de contratação livre, na modalidade varejista. Esse movimento reforça a busca por mais previsibilidade de custos e sustentabilidade no consumo de energia.
O futuro do setor elétrico brasileiro
Diante desse contexto, especialistas apontam que as distribuidoras devem se concentrar cada vez mais em conectar os consumidores ao sistema elétrico com eficiência e qualidade, em vez de diversificarem seus negócios. A tendência de migração para o mercado livre reforça a necessidade de inovação e modernização para atender a um novo perfil de clientes, que busca mais autonomia e previsibilidade nos custos de energia.
A Nova Energia, com sua expertise suporte à migração para o mercado livre, continua acompanhando essas mudanças de perto. Nosso compromisso é oferecer soluções que tornem essa transição segura e vantajosa para consumidores. Entre em contato conosco para saber mais.
Fonte: Eixos