termômetro impactos do clima

O ciclo úmido 2024/2025 começou promissor para o setor elétrico brasileiro, com chuvas acima da média em várias regiões, especialmente nas bacias hidrográficas do Sistema Interligado Nacional (SIN). Mas o otimismo deu lugar à preocupação a partir de fevereiro, quando bloqueios atmosféricos e ondas de calor derrubaram os índices de precipitação.

De acordo com Marcely Sondermann, meteorologista da Climatempo, o outono e o inverno devem ser marcados por longos períodos de seca, com chuvas abaixo da média até agosto. Essa condição está relacionada à transição climática atual: o país deixou para trás um episódio de La Niña e agora entra em uma fase de neutralidade com viés quente, um cenário que pode lembrar um El Niño fraco.

Essa mudança climática afeta diretamente o regime de chuvas, especialmente nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste. A situação é preocupante pois os reservatórios do Sudeste operam atualmente com 68% de armazenamento, um índice ainda confortável, mas que pode cair rapidamente diante do aumento no consumo e da escassez de chuvas. No Nordeste, a bacia do rio São Francisco enfrenta um quadro mais crítico, com afluência em torno de apenas 30%.

Necessidade de diversificação

Com a aproximação do período seco, o planejamento energético precisa mirar na diversificação das fontes. “O setor precisa reduzir a dependência das hidrelétricas”, afirma Marcely. “Usar diferentes fontes renováveis é essencial para garantir a estabilidade e segurança do sistema.”

Os dados reforçam esse diagnóstico. Alexandre Nascimento, meteorologista da Nous, aponta que, embora o final de 2024 tenha registrado boas chuvas, os meses de fevereiro e março de 2025 foram secos e quentes. As previsões indicam que o comportamento climático seguirá nessa linha pelos próximos meses, com impacto direto na vazão dos rios e no armazenamento dos reservatórios.

Essa nova realidade coloca a inteligência artificial no centro da estratégia. A capacidade de prever padrões climáticos e simular cenários operacionais pode ser determinante para otimizar o uso dos recursos hídricos e garantir o abastecimento, especialmente em momentos de instabilidade.

Mercado livre: uma solução estratégica em meio à incerteza

Além das tecnologias emergentes, cresce a relevância do Ambiente de Contratação Livre (ACL), conhecido como mercado livre de energia. O comportamento dos preços neste início de ano acendeu um sinal amarelo: com afluência baixa e altas temperaturas, o PLD (Preço de Liquidação das Diferenças) subiu significativamente em março. Para Mayra Guimarães, diretora da Thymos Energia, essa volatilidade deve continuar sendo característica dos primeiros meses do ano, que são decisivos para a recuperação dos reservatórios.

Por isso, recomenda-se que consumidores que desejam migrar para o mercado livre façam seus contratos com antecedência, como forma de prever custos e se proteger da instabilidade. Mesmo diante dos riscos climáticos, a Thymos prevê uma leve redução da volatilidade no semestre como um todo, desde que haja planejamento.

Rodrigo Ferreira, presidente executivo da Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia), vai além: ele defende melhorias na governança do setor e na formação de preços, o que pode beneficiar ainda mais os consumidores livres e tornar o ambiente mais transparente e competitivo.

Por que migrar para o mercado livre

Nesse cenário de instabilidade climática e aumento de riscos operacionais, a migração para o mercado livre de energia surge como uma alternativa cada vez mais vantajosa para consumidores corporativos e, em breve, também para consumidores residenciais. Com maior previsibilidade de custos, possibilidade de negociar preços e contratos personalizados, além da opção de escolher fontes renováveis, o mercado livre representa economia, sustentabilidade e segurança.

Na Nova Energia, acreditamos que o futuro do consumo consciente passa por escolhas inteligentes, e o mercado livre é uma delas. Em vez de depender dos movimentos do clima ou dos altos e baixos dos reservatórios, os varejistas podem assumir o controle da sua energia, com planejamento, liberdade de contratação e um portfólio alinhado às suas necessidades.

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Fonte: Canal Energia

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