Enquanto o Brasil avança em direção a uma revolução energética, a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) destaca a importância de tornar o consumidor um participante ativo dessa transformação. Com a visão de uma transição energética completa até 2026, a Abraceel busca envolver os consumidores na escolha da origem de sua própria  energia, abrindo caminho para uma economia mais eficiente e sustentável.

Objetivos e desafios

Rodrigo Ferreira, presidente-executivo da Abraceel, ressalta que o Brasil já possui uma matriz elétrica com cerca de 90% de fontes renováveis, diferentemente da Europa. O desafio agora reside na descentralização e digitalização do setor.

A Abraceel propõe a abertura gradual do mercado livre para o grupo B, iniciando em 2026 com pequenas indústrias e comércios, até alcançar os consumidores residenciais em 2027. Ferreira destaca a importância de um cronograma claro e cuidados legais para garantir uma transição suave.

Benefícios econômicos

A abertura do mercado livre de energia para consumidores de baixa tensão representa uma oportunidade única, com mais de 10 GW médios de contratos no mercado regulado vencendo até 2028. Isso permitiria a migração sem sobra de energia nas distribuidoras, além de proporcionar um "choque de energia barata" para o setor produtivo nacional.

Além da economia potencial de R$ 17,8 bilhões anuais na conta de energia elétrica para mais de 6,4 milhões de consumidores industriais e comerciais, a Abraceel enfatiza a importância de medidas para envolver o consumidor nessa transição. Um exemplo é o programa de digitalização do medidor, inspirado no modelo italiano, que capacita os consumidores a gerenciar seu consumo de energia de forma mais eficaz.

Consumidores como protagonistas

Por meio da abertura do mercado livre e da digitalização, a Abraceel visa não apenas a redução de custos, mas também a capacitação dos consumidores para se tornarem protagonistas na construção de um futuro energético mais sustentável e responsável.

Fonte: EPBR